Para laboratório dos Estados Unidos, parceria com comunidade científica brasileira tem se fortalecido graças ao apoio da Fundação a grandes projetos como o Deep Underground Neutrino Experiment (foto: Reidar Hahn / Fermilab)
Para laboratório dos Estados Unidos, parceria com comunidade científica brasileira tem se fortalecido graças ao apoio da Fundação a grandes projetos como o Deep Underground Neutrino Experiment
Para laboratório dos Estados Unidos, parceria com comunidade científica brasileira tem se fortalecido graças ao apoio da Fundação a grandes projetos como o Deep Underground Neutrino Experiment
Para laboratório dos Estados Unidos, parceria com comunidade científica brasileira tem se fortalecido graças ao apoio da Fundação a grandes projetos como o Deep Underground Neutrino Experiment (foto: Reidar Hahn / Fermilab)
Agência FAPESP – Uma parceria duradoura entre a comunidade científica brasileira e o Fermilab está se tornando mais forte, graças aos programas da FAPESP de financiamento à pesquisa. A afirmação é do próprio Fermi National Accelerator Laboratory, laboratório especializado em física de partículas de alta energia vinculado ao Departamento de Energia dos Estados Unidos.
O destaque foi feito por conta da participação de pesquisadores do Estado de São Paulo no Deep Underground Neutrino Experiment (Dune).
O Dune é um projeto científico internacional que busca descobrir novas propriedades dos neutrinos, partícula elementar com muito pouca massa e que viaja a uma velocidade muito próxima à da luz. O Dune envolve a construção de uma fonte subterrânea de luz emissora de um feixe de neutrinos no Fermilab.
“Temos financiado muitas iniciativas envolvendo colaboração internacional, tais como telescópios no Chile, os experimentos CMS e Alice no LHC e pesquisas com o Fermilab”, disse Roberto Marcondes Cesar Junior, coordenador do programa Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP e membro da coordenação do Programa FAPESP de Pesquisa em eScience e Data Science.
“A FAPESP tem financiado projetos muito importantes no Estado de São Paulo relacionados com o Dune. Isso é ótimo, pois se trata de uma área que atrai muita atenção dos jovens e parte da missão da FAPESP que é atrair jovens para os mais diversos campos do conhecimento científico”, disse.
Professores, pesquisadores e estudantes, com apoio da FAPESP, estão envolvidos em diversos experimentos com neutrinos no Fermilab. Físicos do Estado de São Paulo, por exemplo, colaboram com colegas do Fermilab, da Northwestern University e de outras instituições norte-americanas no desenvolvimento de melhores interpretações para os dados experimentais obtidos pelos detectores de partículas. Além do Dune, as colaborações envolvem outros experimentos, como NOvA e LArIAT.
“Neutrinos serão provavelmente parte das descobertas mais importantes na Física nos próximos 10 ou 20 anos. Estamos falando das questões mais básicas e importantes relacionadas à matéria e ao Universo”, disse Marcondes Cesar.
Um dos projetos conduzidos por pesquisadores do Estado de São Paulo no Dune é o sistema de detecção de luz chamado Arapuca. Trata-se de um dispositivo inovador para coletar sinais de luz em frequência muito baixa emitida pelos detectores do Dune.
“Um dos desafios para o sistema de fotodetecção do Dune é que os tanques de argônio onde deverão ocorrer as cintilações são muito grandes e os sensores de luz disponíveis são muito pequenos. Em particular, os sensores de silício que serão utilizados têm uma superfície coletora da ordem de apenas 1 centímetro quadrado. A função do Arapuca é aumentar a área de coleta e aprisionar os fótons coletados dentro de uma caixa, para disponibilizá-los aos sensores”, disse Ettore Segreto, professor do Instituto de Física Gleb Wataghin da Unicamp, ao Jornal da Unicamp (leia em https://bit.ly/2Levuia).
Segreto, cuja participação no experimento tem apoio da FAPESP, foi nomeado líder do Dune Photon Detection System, um dos cinco consórcios internacionais que integram o megaexperimento.
Outro participante da reunião no Fermilab, o professor Ernesto Kemp, da Unicamp, destacou que a participação dos pesquisadores do Estado de São Paulo em tais experimentos tem evoluído também no desenvolvimento de tecnologia.
“O apoio da FAPESP é fundamental para inserir o Brasil de modo proativo no Dune. A maior parte do nosso trabalho sempre foi em análise de dados e temos gradualmente passado a fornecer partes e sistemas de calibração para os detectores. Mas agora começamos a assumir responsabilidades mais importantes, como na construção de sistemas completos para grandes detectores como o Dune. A FAPESP é uma agência de fomento importante porque tem fornecido apoio de longo prazo para tais projetos”, disse.
Kemp e alunos têm contado com apoio da FAPESP em diversos projetos, inclusive um que permitiu ao professor passar boa parte de 2017 trabalhando em pesquisa e desenvolvimento do Arapuca no Fermilab. Dois modelos do Arapuca foram construídos para os detectores do ProtoDune, que entrarão em operação em breve na Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (Cern) (leia mais em http://agencia.fapesp.br/26040).
Marcondes Cesar também destacou que a colaboração é multilateral. “Talento é raro e temos que competir para conseguir os melhores pesquisadores. Queremos trazer pessoas do exterior para fazer pesquisa no Estado de São Paulo. Queremos também que nossos pesquisadores façam conexões com o exterior de modo que possam cooperar, fazer o intercâmbio de estudantes e participar em colaborações internacionais”, disse, destacando o programa Jovens Pesquisadores em Centros Emergentes, da FAPESP (www.fapesp.br/jp).
Mais informações: http://news.fnal.gov/2018/07/strengthening-science-connections-with-sao-paulo/
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