Para laboratório dos Estados Unidos, parceria com comunidade científica brasileira tem se fortalecido graças ao apoio da Fundação a grandes projetos como o Deep Underground Neutrino Experiment (foto: Reidar Hahn / Fermilab)

Fermilab destaca apoio da FAPESP ao Dune
19 de julho de 2018
EN ES

Para laboratório dos Estados Unidos, parceria com comunidade científica brasileira tem se fortalecido graças ao apoio da Fundação a grandes projetos como o Deep Underground Neutrino Experiment

Fermilab destaca apoio da FAPESP ao Dune

Para laboratório dos Estados Unidos, parceria com comunidade científica brasileira tem se fortalecido graças ao apoio da Fundação a grandes projetos como o Deep Underground Neutrino Experiment

19 de julho de 2018
EN ES

Para laboratório dos Estados Unidos, parceria com comunidade científica brasileira tem se fortalecido graças ao apoio da Fundação a grandes projetos como o Deep Underground Neutrino Experiment (foto: Reidar Hahn / Fermilab)

 

Agência FAPESP – Uma parceria duradoura entre a comunidade científica brasileira e o Fermilab está se tornando mais forte, graças aos programas da FAPESP de financiamento à pesquisa. A afirmação é do próprio Fermi National Accelerator Laboratory, laboratório especializado em física de partículas de alta energia vinculado ao Departamento de Energia dos Estados Unidos.

O destaque foi feito por conta da participação de pesquisadores do Estado de São Paulo no Deep Underground Neutrino Experiment (Dune).

O Dune é um projeto científico internacional que busca descobrir novas propriedades dos neutrinos, partícula elementar com muito pouca massa e que viaja a uma velocidade muito próxima à da luz. O Dune envolve a construção de uma fonte subterrânea de luz emissora de um feixe de neutrinos no Fermilab.

“Temos financiado muitas iniciativas envolvendo colaboração internacional, tais como telescópios no Chile, os experimentos CMS e Alice no LHC e pesquisas com o Fermilab”, disse Roberto Marcondes Cesar Junior, coordenador do programa Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP e membro da coordenação do Programa FAPESP de Pesquisa em eScience e Data Science.

“A FAPESP tem financiado projetos muito importantes no Estado de São Paulo relacionados com o Dune. Isso é ótimo, pois se trata de uma área que atrai muita atenção dos jovens e parte da missão da FAPESP que é atrair jovens para os mais diversos campos do conhecimento científico”, disse.

Professores, pesquisadores e estudantes, com apoio da FAPESP, estão envolvidos em diversos experimentos com neutrinos no Fermilab. Físicos do Estado de São Paulo, por exemplo, colaboram com colegas do Fermilab, da Northwestern University e de outras instituições norte-americanas no desenvolvimento de melhores interpretações para os dados experimentais obtidos pelos detectores de partículas. Além do Dune, as colaborações envolvem outros experimentos, como NOvA e LArIAT.

“Neutrinos serão provavelmente parte das descobertas mais importantes na Física nos próximos 10 ou 20 anos. Estamos falando das questões mais básicas e importantes relacionadas à matéria e ao Universo”, disse Marcondes Cesar.

Um dos projetos conduzidos por pesquisadores do Estado de São Paulo no Dune é o sistema de detecção de luz chamado Arapuca. Trata-se de um dispositivo inovador para coletar sinais de luz em frequência muito baixa emitida pelos detectores do Dune.

“Um dos desafios para o sistema de fotodetecção do Dune é que os tanques de argônio onde deverão ocorrer as cintilações são muito grandes e os sensores de luz disponíveis são muito pequenos. Em particular, os sensores de silício que serão utilizados têm uma superfície coletora da ordem de apenas 1 centímetro quadrado. A função do Arapuca é aumentar a área de coleta e aprisionar os fótons coletados dentro de uma caixa, para disponibilizá-los aos sensores”, disse Ettore Segreto, professor do Instituto de Física Gleb Wataghin da Unicamp, ao Jornal da Unicamp (leia em https://bit.ly/2Levuia).

Segreto, cuja participação no experimento tem apoio da FAPESP, foi nomeado líder do Dune Photon Detection System, um dos cinco consórcios internacionais que integram o megaexperimento.

Outro participante da reunião no Fermilab, o professor Ernesto Kemp, da Unicamp, destacou que a participação dos pesquisadores do Estado de São Paulo em tais experimentos tem evoluído também no desenvolvimento de tecnologia.

“O apoio da FAPESP é fundamental para inserir o Brasil de modo proativo no Dune. A maior parte do nosso trabalho sempre foi em análise de dados e temos gradualmente passado a fornecer partes e sistemas de calibração para os detectores. Mas agora começamos a assumir responsabilidades mais importantes, como na construção de sistemas completos para grandes detectores como o Dune. A FAPESP é uma agência de fomento importante porque tem fornecido apoio de longo prazo para tais projetos”, disse.

Kemp e alunos têm contado com apoio da FAPESP em diversos projetos, inclusive um que permitiu ao professor passar boa parte de 2017 trabalhando em pesquisa e desenvolvimento do Arapuca no Fermilab. Dois modelos do Arapuca foram construídos para os detectores do ProtoDune, que entrarão em operação em breve na Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (Cern) (leia mais em http://agencia.fapesp.br/26040).

Marcondes Cesar também destacou que a colaboração é multilateral. “Talento é raro e temos que competir para conseguir os melhores pesquisadores. Queremos trazer pessoas do exterior para fazer pesquisa no Estado de São Paulo. Queremos também que nossos pesquisadores façam conexões com o exterior de modo que possam cooperar, fazer o intercâmbio de estudantes e participar em colaborações internacionais”, disse, destacando o programa Jovens Pesquisadores em Centros Emergentes, da FAPESP (www.fapesp.br/jp). 

Mais informações: http://news.fnal.gov/2018/07/strengthening-science-connections-with-sao-paulo/

 
  Republicar
 

Republicar

A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.