Jovens pesquisadores e pós-graduandos de qualquer país têm até 24 de março para se candidatar ao evento que será realizado na USP com apoio da FAPESP (foto: Marcos Santos / Agência USP)
Jovens pesquisadores e pós-graduandos de qualquer país têm até 24 de março para se candidatar ao evento que será realizado na USP com apoio da FAPESP
Jovens pesquisadores e pós-graduandos de qualquer país têm até 24 de março para se candidatar ao evento que será realizado na USP com apoio da FAPESP
Jovens pesquisadores e pós-graduandos de qualquer país têm até 24 de março para se candidatar ao evento que será realizado na USP com apoio da FAPESP (foto: Marcos Santos / Agência USP)
Maria Fernanda Ziegler | Agência FAPESP – Estão abertas, até 24 de março de 2019, as inscrições para a Escola São Paulo de Ciência Avançada em Aerossóis Atmosféricos, que será realizada de 22 de julho a 2 de agosto na Universidade de São Paulo (USP), na capital paulista.
O evento, apoiado pela FAPESP por meio da modalidade Escola São Paulo de Ciência Avançada (ESPCA), oferece 100 vagas para alunos de pós-graduação e jovens pesquisadores, sendo 50 para brasileiros e 50 para estrangeiros. Para manutenção dos estudantes selecionados que venham de outras cidades, estados e países, os benefícios oferecidos são passagens aéreas e diárias.
Organizada no Instituto de Física (IF) da USP, a Escola tem o objetivo de mostrar o conhecimento mais avançado sobre as propriedades dos aerossóis, efeitos no clima, modelagem climática e os efeitos na saúde das pessoas e nos ecossistemas. Além de fazer um balanço entre os efeitos positivos e negativos dos aerossóis – partículas líquidas ou sólidas em suspensão no ar – na atmosfera.
“Buscamos tratar a questão dos aerossóis na atmosfera de maneira multidisciplinar, interligando aspectos químicos, físicos e observacionais com os impactos nas mudanças climáticas, na vida e na saúde das pessoas”, disse Henrique Barbosa, professor do IF-USP e pesquisador responsável pela Escola.
A poluição atmosférica é um dos maiores problemas ambientais e de saúde no mundo. Em São Paulo, cerca de 11 mil pessoas morrem por ano por causa da poluição do ar, de acordo com dados do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC). Na China, esse número é de mais de um milhão de vidas perdidas a cada ano, de acordo com dados do State of the Global Air Report, do Health Effects Institute (HEI).
“O principal poluente responsável por essa mortalidade é o PM [material particulado, na sigla em inglês] 2.5, que são os aerossóis com tamanhos menores que 2.5 micra. Eles têm forte impacto no clima. Globalmente, a concentração dessas partículas está diminuindo e, portanto, o mascaramento que fazem do aquecimento global também diminui. Isso acelera o aumento da temperatura global causado pelo aumento da concentração de gases de efeito estufa”, disse Paulo Artaxo, professor do IF-USP e integrante da coordenação da Escola.
Gases do efeito estufa, como o dióxido de carbono e o metano, absorvem a radiação terrestre. Já as partículas de poluição têm o poder de refletir para fora da atmosfera a radiação solar. Portanto, enquanto os primeiros esquentam a atmosfera, as segundas a esfriam.
Com a redução do material particulado na atmosfera e o constante aumento dos gases do efeito estufa ocorre uma intensificação do aquecimento global – mesmo que a poluição do ar regional esteja paradoxalmente sendo reduzida.
“Essa Escola é importante, pois precisamos entender todos os papéis atribuídos aos aerossóis atmosféricos. Estudos recentes mostram que eles estão mascarando o aquecimento global mais do que se imaginava originalmente. Portanto, compreender o papel dos aerossóis nas nuvens, na poluição do ar, nas mudanças climáticas globais e no aquecimento climático global está se tornando uma área estratégica, com reflexos no Acordo de Paris, pois está aumentando a sua responsabilidade na mitigação das mudanças climáticas”, disse Artaxo.
A Escola vai tratar também de técnicas de observação, da físico-química e da modelagem numérica dos aerossóis. “Os modelos climáticos têm dificuldade de tratar os aerossóis por causa de sua complexidade. Os gases de efeito estufa têm comportamento muito bem compreendido. O mesmo não ocorre com os aerossóis, que têm vida muito curta na atmosfera – de um dia a uma semana –, composição variável e efeitos diferentes no clima. Os aerossóis têm comportamento que muda muito de região para região, seja na Amazônia, em uma cidade ou nas queimadas na África”, disse Artaxo.
Experimentos em campo
Os alunos selecionados para a Escola São Paulo de Ciência Avançada em Aerossóis Atmosféricos visitarão laboratórios de pesquisa na USP, no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) e na Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).
“A Escola também contará com uma mesa-redonda para discutir políticas públicas voltadas para o controle de poluição nas cidades, fazendo um contraste entre o que ocorre na América Latina e na Europa”, disse Barbosa.
Serão abordados ainda os métodos principais de observação de aerossóis: por satélite e laser.
“Os dois métodos são importantes para termos uma observação completa do comportamento dos aerossóis. Em uma das atividades da Escola, vamos a um parque com celulares e equipamentos mais complexos para medir a poluição na cidade de São Paulo e pôr em prática os conhecimentos obtidos para análise e modelagem”, disse Barbosa.
Inscrições e mais informações: https://sites.google.com/view/spsas-aerosols/spsas.
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