Documento base foi apresentado em evento virtual realizado na semana passada e disponível no YouTube. Contribuições da comunidade acadêmica serão recebidas até 29 de abril (imagem: reprodução)
Documento base foi apresentado em evento virtual realizado na semana passada e disponível no YouTube. Contribuições da comunidade acadêmica serão recebidas até 29 de abril
Documento base foi apresentado em evento virtual realizado na semana passada e disponível no YouTube. Contribuições da comunidade acadêmica serão recebidas até 29 de abril
Documento base foi apresentado em evento virtual realizado na semana passada e disponível no YouTube. Contribuições da comunidade acadêmica serão recebidas até 29 de abril (imagem: reprodução)
Agência FAPESP – O Programa FAPESP de Pesquisas em Caracterização, Conservação, Restauração e Uso Sustentável da Biodiversidade (BIOTA) iniciou em 25 de março um processo de consulta pública sobre seu planejamento estratégico para os próximos oito anos. O documento, chamado BIOTA 2030, foi apresentado durante um evento virtual, que pode ser assistido pelo canal da Agência FAPESP no YouTube.
O planejamento para a próxima década de atuação foi organizado pelos membros da coordenação do programa a partir de uma série de oito eventos realizados em 2020, nos quais houve uma avaliação dos caminhos trilhados e dos resultados das pesquisas financiadas.
De acordo com Jean Paul Metzger, membro da coordenação do BIOTA, o plano apresentado correlaciona essas discussões realizadas com a comunidade científica em 2020, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela Organização das Nações Unidas e os novos acordos de biodiversidade internacionais em discussão no momento.
“A biodiversidade tem sido cada vez mais compreendida como parte da solução e como instrumento para transições sustentáveis da sociedade e foram esses elementos que procuramos trazer para o nosso plano estratégico”, analisa Metzger.
A participação contínua da comunidade acadêmica na construção do programa foi um dos pontos destacados pelo diretor científico da FAPESP, Luiz Eugênio Mello. “É muito importante que a comunidade se sinta coautora deste documento. As discussões realizadas em 2020 e a consulta pública permitem que a comunidade participe dessa construção e cria um sistema de retroalimentação, que contribui ativamente para que os objetivos gerais do BIOTA possam ser alcançados”, disse.
A importância da colaboração e da coprodução de conhecimentos também foi destacada por Lúcia Lohmann (Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo) e Eduardo Brondízio (Indiana University, Estados Unidos), convidados para o evento de discussão do plano.
Para Lohmann, “a transparência do processo e a abordagem participativa adotada ao elaborar esse plano estratégico são indicadores muito significativos do amadurecimento do programa e do desejo do BIOTA de engajar a comunidade científica no processo de construção conjunta das estratégias e das prioridades de trabalho para a próxima década”.
Brondízio destacou que o programa, ao longo do tempo, definiu prioridades científicas que guiaram a comunidade, padronizou abordagens, criou uma infraestrutura compartilhada e novas comunidades de pesquisa e, conforme a demanda foi surgindo, expandiu o seu escopo temático, geográfico e político.
“O plano estratégico reflete bem essa evolução e aponta para as novas fronteiras que são partes desse processo de desenvolvimento de um programa como o BIOTA, recolocando a biodiversidade em diálogo com questões mais amplas”, ressalta o pesquisador. “Além disso, um plano estratégico como este pode ser uma alavanca para uma ciência mais diversa e inclusiva.”
Eixos temáticos
O planejamento proposto é organizado a partir de cinco eixos temáticos: “Descoberta”, “Coleções”, “Síntese”, “Transformação” e “Empreendedorismo”. Os dois primeiros são linhas de trabalho que já vêm sendo desenvolvidas desde o início do programa, consideradas como linhas de sustentação para os outros eixos propostos.
“Descoberta” é formado pelas pesquisas voltadas para o entendimento dos mecanismos e processos das funções ecológicas que estão relacionados tanto com a manutenção quanto com a mudança da biodiversidade ao longo do processo evolutivo. Já o eixo “Coleções” é composto pelas pesquisas realizadas a partir das coleções biológicas, além de mecanismos de manutenção, diversificação, incremento e melhoria de acesso a esses espaços.
“Síntese” procurará promover a ciência colaborativa de síntese e estimular novas ideias, abordagens e soluções relacionadas ao entendimento, conservação ou uso da biodiversidade. O eixo tem como uma de suas ênfases um aspecto caro ao Programa BIOTA desde seu início: a formação de uma nova geração de pesquisadores capazes de trabalhar, cada vez mais, de forma colaborativa e em redes de pesquisa.
O eixo “Transformação” procurará expandir o conhecimento sobre o papel da biodiversidade como elemento central da transição para a sustentabilidade dos sistemas socioecológicos. Práticas de governança socioambiental, subsídios para tomadas de decisão em políticas e projetos, desenhos de cenários e criações de estratégias de comunicação e coprodução de conhecimentos com a sociedade para o enfrentamento das crises socioambientais atuais são alguns dos desafios a serem superados neste eixo.
“Empreendedorismo” tem como foco a promoção, o incentivo e a identificação de oportunidades de inovação em bioprodutos e serviços ecossistêmicos. O estímulo à criação de projetos de inovação dentro do Programa BIOTA, a articulação entre diferentes setores da cadeia de inovação e a promoção da cultura do empreendedorismo na formação de recursos humanos são algumas das ações propostas para o eixo.
As contribuições para o Plano BIOTA 2030 podem ser feitas até 29 de abril, por meio do formulário disponível em: https://forms.gle/DMo3zEv5TSTQNhMi7.
* Com informações de Érica Speglich, do boletim BIOTA Highlights.
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