Criador do Programa FAPESP de Pesquisas em Caracterização, Conservação, Restauração e Uso Sustentável da Biodiversidade em 1999, professor emérito da Unicamp foi homenageado no auditório da FAPESP (imagem: Agência FAPESP)
Criador do Programa FAPESP de Pesquisas em Caracterização, Conservação, Restauração e Uso Sustentável da Biodiversidade em 1999, professor emérito da Unicamp foi homenageado no auditório da FAPESP
Criador do Programa FAPESP de Pesquisas em Caracterização, Conservação, Restauração e Uso Sustentável da Biodiversidade em 1999, professor emérito da Unicamp foi homenageado no auditório da FAPESP
Criador do Programa FAPESP de Pesquisas em Caracterização, Conservação, Restauração e Uso Sustentável da Biodiversidade em 1999, professor emérito da Unicamp foi homenageado no auditório da FAPESP (imagem: Agência FAPESP)
André Julião | Agência FAPESP – Unir cientistas de diferentes áreas a tomadores de decisão. Essa habilidade, vista como fundamental para a criação de políticas públicas baseadas em evidências científicas, é uma das marcas que Carlos Joly, professor emérito do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (IB-Unicamp), imprimiu ao Programa FAPESP de Pesquisas em Caracterização, Conservação, Restauração e Uso Sustentável da Biodiversidade (BIOTA), que fundou em 1999 em parceria com outros pesquisadores.
Essa avaliação foi feita por participantes de um evento realizado no dia 30 de março em homenagem a Joly, que se despede da coordenação do BIOTA após mais de duas décadas de dedicação.
“Além de ser um grande cientista, reconhecido internacionalmente, [Joly] deixa para nós uma herança muito grande representada pelo programa BIOTA-FAPESP. Claro que a quantidade de pessoas que trabalham e trabalharam neste programa é muito grande, mas é exatamente essa uma qualidade do Joly: juntar pessoas, fazer com que todos contribuam da melhor maneira”, disse Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP, em depoimento apresentado em vídeo na abertura do evento.
O próprio Joly lembrou quando, no mesmo auditório, em março de 1999, deu-se início à “jornada do BIOTA”. Antes disso, conta, nas conversas que tinha com Naércio Menezes, professor do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZ-USP) que na época coordenava a área de ciências biológicas tanto na FAPESP quanto no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), comentavam o quão fracionadas eram as informações geradas por pesquisas na área, o que dificultava a aplicação do conhecimento. “Toda a ideia da integração nasceu daí”, contou.
Desde então, o BIOTA gerou subsídios para a legislação ambiental no Estado, financiou uma série de pesquisas sobre a biodiversidade brasileira e aglutinou pesquisadores de diferentes especialidades, integrando conhecimentos sobre os diversos aspectos da diversidade biológica tanto nas ciências naturais quanto sociais.
Em 2022, começaram as atividades do BIOTA Síntese, um Centro de Ciência para o Desenvolvimento (CCD) da FAPESP que reúne pesquisadores de universidades paulistas às secretarias estaduais de Meio Ambiente, Agricultura e Saúde, além de organizações não governamentais, buscando soluções para problemas práticos que envolvem a biodiversidade no Estado (leia mais em: agencia.fapesp.br/38674/).
“Sem dúvida, o BIOTA é o maior legado da minha carreira científica e foi um prazer enorme trabalhar nele todos esses anos”, afirmou Joly.
Pioneirismo
O diretor científico da FAPESP, Luiz Eugênio Mello, lembrou que o BIOTA foi o primeiro programa de pesquisa da Fundação, tendo inspirado a criação dos outros existentes hoje: Mudanças Climáticas (PFPMCG), Bioenergia (BIOEN) e eScience.
“A FAPESP nunca vai conseguir retribuir e recompensar o que o Joly proporcionou. Uma cerimônia como essa é apenas uma gota no oceano”, afirmou.
Jean Paul Metzger, professor do Instituto de Biociências da USP, membro da coordenação do BIOTA e diretor do BIOTA Síntese, reforçou que o programa pioneiro trouxe um universo novo, onde pessoas de diferentes áreas se encontraram com um objetivo comum.
“Quinze anos atrás, o BIOTA já financiava pesquisas que subsidiavam políticas públicas”, lembrou, após dar seu agradecimento pessoal por todo o apoio que teve de Joly ao longo de sua carreira.
Por sua vez, Vanderlan Bolzani, professora do Instituto de Química de Araraquara da Universidade Estadual Paulista (IQAr-Unesp), também homenageada no fim de 2022 ao se despedir da coordenação do BIOTA, lembrou a trajetória científica de Joly e o apoio que deu à introdução da prospecção de produtos naturais no escopo do programa (leia mais em: agencia.fapesp.br/40368/).
“Hoje, na Unesp, temos uma biblioteca de produtos naturais da biodiversidade brasileira e um laboratório reconhecidos internacionalmente. Tudo foi possível graças ao BIOTA”, contou à Agência FAPESP.
Bráulio Ferreira de Souza Dias, professor da Universidade de Brasília (UnB), lembrou a atuação de Joly em convenções internacionais e de como o BIOTA foi pioneiro ao trabalhar em consonância com os acordos de clima e biodiversidade.
A homenagem se encerrou com um vídeo contendo depoimentos de colaboradores, ex-alunos e colegas de Joly, ressaltando os diversos aspectos da sua atuação e de como ele impactou suas carreiras.
O evento na íntegra pode ser conferido em: www.youtube.com/watch?v=Voah_hcjp6I.
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