Representantes de universidades, instituições de pesquisa e agências de fomento da Alemanha foram recebidos na sede da FAPESP no fim de março; Amazônia e energias renováveis são áreas de interesse para novas parcerias bilaterais (foto: Felipe Maeda/divulgação)
Representantes de universidades, instituições de pesquisa e agências de fomento da Alemanha foram recebidos na sede da FAPESP no fim de março; Amazônia e energias renováveis são áreas de interesse para novas parcerias bilaterais
Representantes de universidades, instituições de pesquisa e agências de fomento da Alemanha foram recebidos na sede da FAPESP no fim de março; Amazônia e energias renováveis são áreas de interesse para novas parcerias bilaterais
Representantes de universidades, instituições de pesquisa e agências de fomento da Alemanha foram recebidos na sede da FAPESP no fim de março; Amazônia e energias renováveis são áreas de interesse para novas parcerias bilaterais (foto: Felipe Maeda/divulgação)
José Tadeu Arantes | Agência FAPESP – Uma reunião de dirigentes da FAPESP com representantes de universidades, instituições de pesquisa e agências de fomento da Alemanha foi realizada no fim de março. O objetivo do encontro foi reforçar os acordos bilaterais entre Brasil e Alemanha nos campos de educação, ciência, tecnologia e inovação e visualizar iniciativas capazes de suscitar novas parcerias.
“A Alemanha tem sido, desde muito tempo, uma grande referência acadêmica para o Brasil. Professores e pesquisadores alemães contribuíram fortemente para a organização e o desenvolvimento de várias instituições de ensino e pesquisa no país. E, no contexto do processo de internacionalização que vem ocorrendo já há vários anos na FAPESP, essa relação adquire uma especial importância”, diz Ronaldo Aloise Pilli, vice-presidente do Conselho Superior da FAPESP.
Na companhia de Carlos Américo Pacheco e Luiz Eugênio Mello, respectivamente diretor-presidente e diretor científico da FAPESP, e de assessores, Pilli recebeu a delegação alemã, liderada por Jochen Hellmann, diretor no Brasil do German Academic Exchange Service (DAAD), a maior organização alemã no campo de intercâmbio acadêmico.
“A FAPESP tem um extenso rol de acordos de cooperação com instituições alemãs. E há várias programações previstas para 2023 e 2024 – entre elas a comemoração dos 15 anos de parceria entre a FAPESP e a DFG [German Research Foundation], uma das maiores organizações de financiamento à pesquisa da Europa. Nosso cronograma prevê também novas chamadas de propostas envolvendo pesquisadores dos dois países. Queremos promover a troca de experiências entre pesquisadores, professores e estudantes brasileiros e seus pares alemães”, afirmou Pilli à Agência FAPESP.
A relação de instituições alemãs de ensino e pesquisa e de fomento que mantêm acordos de cooperação com a FAPESP pode ser acessada em: fapesp.br/acordos/.
Na conversa informal realizada durante o encontro, Hellmann mencionou os desafios enfrentados pela Alemanha nos últimos anos, destacando a inflação do euro, a moeda europeia, cujos efeitos tornaram ainda mais complexo um cenário marcado pelas mudanças climáticas. “O diálogo com a FAPESP se dá nesse contexto, colocando em relevo a cooperação na área de energia, como resposta à questão climática. Alemanha e Brasil, aproximando seus esforços de pesquisa, podem ser realmente parceiros em busca de soluções para isso”, afirmou.
Hellmann lembrou que o Centro Alemão de Ciência e Inovação São Paulo (DWIH São Paulo) é o único do seu gênero no hemisfério Sul – o que sobreleva a importância atribuída pela Alemanha ao intercâmbio científico com o Brasil.
Uma dificuldade a ser superada é a grande assimetria ainda existente no número de estudantes de um país residindo no outro. “As universidades alemãs há muito se abriram para estudantes internacionais. Atualmente, 350 mil estudantes com passaporte não alemão estudam na Alemanha, o que representa cerca de 13% de todos os estudantes. Destes, quase 4 mil são brasileiros, o que não é pouco, mas com certeza pode aumentar. Infelizmente, apesar de nossos esforços, não conseguimos convencer um número próximo de estudantes alemães a estudar no Brasil”, pondera Marcio Weichert, gestor executivo do DWIH São Paulo.
Importante destacar o uso da expressão “passaporte não alemão”, pois há vários brasileiros entre outros “estrangeiros de fato”, jamais contabilizados, que estudam na Alemanha com passaporte alemão, por terem dupla cidadania. Da mesma forma, há muitos brasileiros na Alemanha registrados com outras cidadanias europeias, principalmente portuguesa e italiana.
Em 2021, foi realizado de forma remota o 1º Encontro da Diáspora Brasileira de Ciência e Inovação na Alemanha (leia mais em: agencia.fapesp.br/35360/).
“Não existe uma quantificação da diáspora na Alemanha. Porém, sabemos que mais de 60 campos científicos, em mais de 50 cidades alemãs, têm participação de brasileiros”, disse na ocasião o embaixador do Brasil na Alemanha, Roberto Jaguaribe.
Como destacaram Carlos Américo Pacheco e Luiz Eugênio Mello no encontro em pauta, dois campos de estudo que podem vir a ser grandes atratores para estudantes alemães são a Amazônia e as energias renováveis. A FAPESP participa atualmente da Iniciativa Amazônia+10 e conduz, desde 2008, o Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN), ambos com robustos aportes financeiros.
Outra ação cogitada em caráter informal pelos participantes alemães foi a realização de uma nova FAPESP Week na Alemanha. Esse tipo de evento, já promovido em vários países desde 2011, busca criar ambiente para colaborações científicas entre pesquisadores brasileiros e estrangeiros com interesses comuns ou complementares. Em 2014, foi realizada uma edição do evento em Munique. Alguns visitantes sugeriram que talvez seja a hora de pensar em uma nova edição do evento – desta vez, quem sabe, em Berlim.
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