Carta de princípios foi referendada durante encontro anual do Global Research Council, que teve a FAPESP como coorganizadora e ocorreu em Haia, nos Países Baixos. Objetivo é estabelecer práticas comuns para avaliar qualidade da ciência produzida e facilitar colaborações internacionais (foto:Karina Toledo/Agência FAPESP)
Carta de princípios foi referendada durante encontro anual do Global Research Council, que teve a FAPESP como coorganizadora e ocorreu em Haia, nos Países Baixos. Objetivo é estabelecer práticas comuns para avaliar qualidade da ciência produzida e facilitar colaborações internacionais
Carta de princípios foi referendada durante encontro anual do Global Research Council, que teve a FAPESP como coorganizadora e ocorreu em Haia, nos Países Baixos. Objetivo é estabelecer práticas comuns para avaliar qualidade da ciência produzida e facilitar colaborações internacionais
Carta de princípios foi referendada durante encontro anual do Global Research Council, que teve a FAPESP como coorganizadora e ocorreu em Haia, nos Países Baixos. Objetivo é estabelecer práticas comuns para avaliar qualidade da ciência produzida e facilitar colaborações internacionais (foto:Karina Toledo/Agência FAPESP)
André Julião | Agência FAPESP – Pesquisa, instituições e pesquisadores precisam ser avaliados de forma ampla e holística, levando em conta o contexto em que a pesquisa é feita, como o campo de estudo ou o estágio da carreira do pesquisador. Além disso, é preciso reconhecer a diversidade das atividades de pesquisa, inovação e resultados que demandam habilidades e competências diversas. Práticas e abordagens responsáveis de pesquisa devem ser guiadas pela promoção da equidade, diversidade e inclusão.
Esses são alguns dos princípios ratificados pelas agências participantes do encontro anual do Global Research Council (GRC), que encerrou na sexta-feira (02/06) no Palácio da Paz, em Haia, nos Países Baixos. O encontro teve como organizadores a Organização Neerlandesa para a Pesquisa Científica (NWO) e a FAPESP.
“Temos muita influência na cultura e no comportamento de pesquisadores e instituições de pesquisa. Portanto, chegar a um conjunto de princípios sobre recompensar e reconhecer pesquisadores é absolutamente crítico e fundamental para fazer o que fazemos”, disse Prue Williams, ministra de Negócios, Inovação e Emprego da Nova Zelândia, que conduziu a sessão “Reconhecendo e Recompensando Pesquisadores”, ocorrida na quarta-feira (31/05).
Membro do Conselho Executivo da NWO e professor do Centro Médico da Universidade Erasmus, em Roterdã, Arfan Ikram lembrou sua própria trajetória como professor e pesquisador para ressaltar a importância de recompensar e reconhecer os pesquisadores nos diferentes estágios da carreira.
“Esse movimento de reconhecimento e recompensa tem pelo menos uma década e hoje busco contribuir no papel de financiador de pesquisa. Mas quando olho para trás, vejo que reconhecimento e recompensa beneficiaram enormemente minha carreira como pesquisador e professor, de forma que sem isso eu não estaria aqui”, contou.
Novos desafios
A palestra principal foi proferida por Laura Rovelli, membro do Conselho Executivo da Dora (Declaração de Avaliação de Pesquisa, na sigla em inglês) e coordenadora do Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (Clacso), com sede em Buenos Aires.
Segundo Rovelli, há alguns desafios atualmente à avaliação de pesquisas devido a diferentes transformações que ocorrem na sociedade, algumas relacionadas a problemas urgentes e críticos. Um deles é a busca por sustentabilidade enquanto se enfrentam mudanças climáticas globais e outras questões sociais.
“É preciso reforçar o papel da ciência como um bem comum, de forma a obter engajamento dos cidadãos na atividade científica. Por outro lado, para proteger o acesso aos benefícios da ciência, que podem trazer o bem-estar de indivíduos e sociedades, é também um desafio alinhar a qualidade da pesquisa com integridade e impacto social”, ressaltou.
Nesse sentido, a pesquisadora lembrou que algumas medidas estão sendo tomadas para melhorar a qualidade da avaliação de pesquisas na América do Sul, como a rede de dez universidades brasileiras que trabalham em reformas alinhadas aos princípios da Dora, grupo internacional que desde 2012 formula e propõe melhorias nesse tipo de avaliação.
Em seguida à palestra, os participantes se dividiram em cinco grupos e levantaram questões a serem incorporadas às futuras discussões sobre o tema no GRC. Por fim, ratificaram a carta de princípios, com nove itens elaborados para avançar em novas formas de avaliar pesquisas e pesquisadores.
Para mais notícias do encontro anual do GRC acesse: fapesp.br/grc23.
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