Reunião ocorreu na última segunda-feira, na sede da FAPESP (foto: Daniel Antonio/Agência FAPESP)
Encontro foi um dos desdobramentos da FAPESP Week China, realizada em junho na Província de Guangdong
Encontro foi um dos desdobramentos da FAPESP Week China, realizada em junho na Província de Guangdong
Reunião ocorreu na última segunda-feira, na sede da FAPESP (foto: Daniel Antonio/Agência FAPESP)
Agência FAPESP – Dirigentes da FAPESP receberam na última segunda-feira (22/07) a visita de uma delegação do Departamento de Ciência e Tecnologia da Província de Guangdong, na China. O encontro é um dos desdobramentos da FAPESP Week China, realizada em junho, e teve como objetivo discutir estratégias para aprofundar a colaboração entre pesquisadores chineses e paulistas.
Sediada nas cidades de Shenzen e Dongguan, a FAPESP Week China foi organizada em parceria com o Centro de Transferência Tecnológica da China para a América Latina e Caribe (CLTTC, na sigla em inglês), entidade vinculada ao Departamento de Ciência e Tecnologia da Província de Guangdong com a qual a FAPESP mantém um acordo de cooperação desde dezembro de 2023.
“Nós temos a intenção de lançar uma chamada de propostas conjunta. E estamos avaliando se haverá ou não necessidade de firmar um novo acordo e quais seriam as áreas de interesse mútuo a serem exploradas no edital”, explica à Agência FAPESP Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da Fundação.
A delegação chinesa foi chefiada por Gong Guoping, responsável pelo Departamento de Ciência e Tecnologia da Província de Guangdong. Em sua fala, ele destacou a pujança econômica da província situada no sul do país, onde fica a chamada “Área da Grande Baía” – uma megalópole formada por nove cidades (Shenzhen, Guangzhou, Zhuhai, Foshan, Dongguan, Zhongshan, Jiangmen, Huizhou e Zhaoqing) e duas regiões administrativas especiais (Hong Kong e Macau). A região também é conhecida como o “Vale do Silício chinês”.
“Desde 1989, em termos de Produto Interno Bruto [PIB], a província de Guangdong é a número um na China. E estamos também bem estabelecidos em termos de ciência, tecnologia e inovação. Nosso gasto com pesquisa e desenvolvimento no último ano foi equivalente a US$ 63 bilhões, o que corresponde a 3,4% de nosso PIB”, informou Gong.
Ainda segundo o secretário, a região também lidera em termos de número de pesquisadores, patentes de invenção válidas e empresas de alta tecnologia, incluindo Huawei, Tencent, BYD, Midea e Gree.
“Por determinação do presidente Xi Jinping, devemos criar setores de alto valor e de alta tecnologia para apoiar outros países. Baseado nisso, o Departamento de Ciência e Tecnologia da Província de Guangdong estabeleceu trocas científicas e tecnológicas com mais de cem países e regiões. O Brasil é considerado um líder em sua região, está bem estabelecido em muitos setores, portanto, é nosso prazer estabelecer conexões com o país. Nós sabemos que a FAPESP é uma agência pública reconhecida e por isso é um prazer estar aqui”, acrescentou.
Ao apresentar dados de São Paulo, Pacheco destacou que o Estado corresponde a apenas 3% do território brasileiro e abriga 20% da população, mas é responsável por 42% da ciência produzida no país. Na sequência, o diretor apresentou as diferentes modalidades de fomento oferecidas pela FAPESP.
“Já temos colaborações fortes com a China em áreas como física e astronomia. E grupos bilaterais trabalhando em medicina, engenharia, bioquímica e outras áreas. Importante destacar que o impacto da pesquisa realizada em cooperação é sempre maior que a conduzida de maneira isolada”, disse Pacheco. “Marcio [diretor científico da FAPESP] e eu visitamos a província de Guangdong há três semanas e observamos que há muitas oportunidades de cooperação. Então estamos muito felizes de recebê-los hoje”, sublinhou.
“Tivemos uma reunião empolgante na China há três semanas. Levamos uma delegação de 36 pessoas, de diferentes universidades paulistas. Visitamos a Fundação Nacional de Ciências Naturais da China, empresas – como BYD, Huawei e BGI – e também universidades”, lembrou o diretor científico da FAPESP, Marcio de Castro Silva Filho. “Ficamos impressionados com o progresso e a evolução da ciência e da tecnologia no país. Trata-se de uma potência científica e estamos dispostos a ampliar a interação com cientistas chineses”, acrescentou.
A delegação chinesa também contou com a presença de Yu Kai, vice-diretor de Divisão do Departamento de Ciência e Tecnologia da Província de Guangdong; Jiang Hongbo, diretor do Centro de Cooperação em Ciência e Tecnologia de Guangdong; Geng Yan, chefe de seção do Centro de Cooperação em Ciência e Tecnologia de Guangdong; Hu Qinhua, presidente do CLTTC; Li Huan, vice-diretor do Escritório de Cooperação Internacional e Intercâmbios da Universidade de Tecnologia de Dongguan; Zhu Ziqi, coordenador do Escritório de Cooperação Internacional e Intercâmbios da Universidade de Tecnologia de Dongguan; e Jason Le Yu, diretor de projeto do CLTTC.
Do lado brasileiro participaram Marcio de Castro Silva Filho, diretor científico da FAPESP; Patricia Tedeschi, gerente de Inovação da FAPESP; Rafael Andery, secretário-executivo da Iniciativa Amazônia+10; e Concepta McManus; gerente de Colaboração em Pesquisa da FAPESP.
A lista de convidados incluiu ainda representantes da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), duas instituições que já mantêm projetos colaborativos com pesquisadores de instituições chinesas.
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