Da esquerda para a direita: Mario Salerno, Rodolfo Azevedo, Antonio Corradi, Rodrigo Basile, Alexandre Kuroda, Diogo Caetano, Renata Bonaldi, Franco Callegati e Luca Foschini (foto: Karina Toledo/Agência FAPESP)

Inovação
Ferramentas de inteligência artificial trazem eficiência para o processo arquitetônico
17 de outubro de 2024
EN ES

Soluções desenvolvidas por startup apoiada pelo PIPE-FAPESP foram apresentadas durante a FAPESP Week Itália

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Da esquerda para a direita: Mario Salerno, Rodolfo Azevedo, Antonio Corradi, Rodrigo Basile, Alexandre Kuroda, Diogo Caetano, Renata Bonaldi, Franco Callegati e Luca Foschini (foto: Karina Toledo/Agência FAPESP)

 

Karina Toledo, de Bologna | Agência FAPESP – O trabalho convencional de um arquiteto costuma ser lento e artesanal. Quando contratado para fazer o design de interiores para uma empresa, dependendo do tamanho do projeto, pode demorar dias ou até semanas para produzir algumas poucas opções a serem oferecidas ao cliente. Mas com ferramentas de inteligência artificial é possível tornar esse processo muito mais veloz e eficiente.

Foi o que fez a Arqgen, uma das startups apoiadas pelo Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) da FAPESP. “Criamos uma série de algoritmos que resolvem o problema arquitetônico via inteligência artificial e técnicas de design generativo. Nossa meta é devolver o protagonismo para a arquitetura, que é muito estratégica para qualquer tipo de negócio”, explicou à Agência FAPESP Alexandre Kuroda, um dos fundadores da empresa.

Até o momento, a Arqgen conta com dois produtos principais. Um deles visa justamente resolver essa questão do layout de interiores e tem dois grandes bancos como principais clientes. “Esses bancos têm manuais de arquitetura com uma série de regras para manter o padrão de duas agências. Nós ‘algoritmizamos’ essas regras, combinamos com técnicas de inteligência artificial e de design generativo de forma que se tornou possível produzir todas as opções possíveis de layout para um determinado imóvel em menos de meio dia”, contou o empreendedor.

A segunda solução desenvolvida pela startup usa os mesmos algoritmos, mas aplicados à incorporação imobiliária. Nesse caso, a ferramenta é usada para definir qual é a melhor disposição de um edifício – seja ele residencial ou comercial – dentro de um terreno.

Os principais resultados do trabalho foram apresentados por Kuroda na última terça-feira (15/10) na cidade de Bologna. Sua empresa foi um dos quatro PIPEs selecionados para participar da FAPESP Week Itália. O evento, que teve início na segunda-feira (14/10), foi organizado em parceria com a Alma Mater Studiorum – Università di Bologna (Unibo).

Outra empreendedora que participou do simpósio foi Renata Bonaldi, fundadora da empresa SleepUp. Com apoio da FAPESP (projetos 22/13130-9 e 20/00666-2), ela desenvolveu diversos produtos para auxiliar no diagnóstico e no tratamento de distúrbios de sono, principalmente insônia e apneia. Entre eles estão uma faixa de cabeça que monitora os ciclos de sono em casa com a mesma acurácia de um exame de polissonografia feito em hospital e um aplicativo que usa princípios da terapia cognitivo-comportamental (TCC) para auxiliar o usuário a melhorar sua higiene do sono (leia mais em: pesquisaparainovacao.fapesp.br/3348).

A terceira empresa foi a Kasco P&D, spin-off da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) focada no desenvolvimento de sistemas inovadores para comunicações digitais e soluções baseadas em inteligência artificial e aprendizado de máquina para diversas setores, como monitoramento de linhas de energia, controle de qualidade na indústria e reconhecimento de gado de corte em imagens captadas por drones. A startup foi representada por Diogo Gará Caetano. Participou ainda Rodrigo Basile Junqueira, da Ocellott, que atua na área de eletrificação aeronáutica (leia mais em: agencia.fapesp.br/52073).

Os quatro empresários tiveram a oportunidade de apresentar seus negócios durante um painel sobre tecnologia e inovação, no qual foram abordados diversos aspectos relacionados com a indústria 5.0 – aquela que busca a sinergia entre o trabalho e a personalização humana com a eficiência e automação da indústria 4.0.

Integraram a mesa Mario Sergio Salerno, da Universidade de São Paulo (USP); Luca Foschini e Franco Callegati, ambos da Unibo. A coordenação foi feita por Rodolfo Azevedo, coordenador-geral de Tecnologias e Parcerias em Inovação da FAPESP e pesquisador da Unicamp, e Antonio Corradi, da UniBo.


Na quarta-feira (16/10), os quatro empresários apoiados pelo PIPE visitaram a planta-piloto da BI-REX, um dos oito Centros Nacionais de Competência italianos criados em 2019 e que constituem, ao lado do Hub de Inovação Digital, um dos pontos centrais da estratégia governamental para promover Indústria 4.0. Na ocasião, puderam apresentar seus negócios para representantes da We Make the Future, uma feira internacional de inovação (foto: Karina Toledo/Agência FAPESP).

 

 

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