Ao centro, Marco Antonio Zago e Claire Giry (foto: Daniel Antônio/Agência FAPESP)
Dirigentes da Fundação reuniram-se com representantes da Agência Nacional de Pesquisa e dos ministérios de Ensino Superior e Pesquisa e de Relações Exteriores da França; autoridades também participaram do lançamento de novo Laboratório Internacional de Pesquisa do CNRS na USP
Dirigentes da Fundação reuniram-se com representantes da Agência Nacional de Pesquisa e dos ministérios de Ensino Superior e Pesquisa e de Relações Exteriores da França; autoridades também participaram do lançamento de novo Laboratório Internacional de Pesquisa do CNRS na USP
Ao centro, Marco Antonio Zago e Claire Giry (foto: Daniel Antônio/Agência FAPESP)
Maria Fernanda Ziegler | Agência FAPESP – Dirigentes da FAPESP reuniram-se com a presidente da Agência Nacional de Pesquisa (ANR, na sigla em francês), Claire Giry, e integrantes do Ministério de Ensino Superior e Pesquisa da França no dia 18 de setembro. O objetivo do encontro foi intensificar acordos de colaboração nas mais diferentes áreas do conhecimento.
"A ANR tem uma cooperação de longa data com a FAPESP, desde 2011, sem interrupção. Houve um bom crescimento dessa colaboração. E é importante frisar que aumentamos não só os números de acordos, mas também a qualidade das pesquisas", disse Giry em entrevista à Agência FAPESP.
Segundo a dirigente, a ANR teve um aumento de sua capacidade de financiamento ao ampliar os laboratórios conjuntos. "Quando há colaboração, naturalmente, o impacto e a qualidade dessa pesquisa são maiores. Por isso é tão importante mantermos e impulsionarmos essas parcerias, que também têm um grande potencial para a inovação", afirmou.
A FAPESP também celebrou a longa parceria. O presidente da instituição, Marco Antonio Zago, pontuou o fato de as colaborações em pesquisa abrangerem diferentes campos de conhecimento, como matemática, ciências do mar, saúde e física, com possibilidade de projetos de longo prazo. “Somos a única agência do Brasil que apoia projetos de cinco ou dez anos, graças à estabilidade de recursos que felizmente temos na FAPESP”, sublinhou.
Além de Zago e Giry, a reunião contou com a presença de Donato Giorgi, Corinne Borel e Christophe Dessaux, do Ministério de Ensino Superior e Pesquisa da França. Por parte da FAPESP participaram Fernando Menezes, diretor administrativo; Raul Machado Neto, assessor da Presidência; Alexandre Roccatto, coordenador de Programas da Diretoria Científica; Nadége Mézié, assessora da Gerência de Colaboração em Pesquisa.
Temporada França-Brasil 2025
No próximo ano será realizada a Temporada França-Brasil 2025, iniciativa que celebra os 200 anos de relações bilaterais entre os países e busca fortalecer ações comuns face aos desafios políticos, sociais e ecológicos contemporâneos. Para falar sobre o tema, representantes do Ministério das Relações Exteriores da França também visitaram a sede da FAPESP no dia 16 de setembro.
Na ocasião, foram discutidas estratégias para favorecer projetos de pesquisa apoiados conjuntamente pela FAPESP e por instituições francesas, bem como para estimular a criação de novos editais conjuntos e laboratórios internacionais. Outro tema em pauta foi a realização da FAPESP WEEK nas cidades de Paris e Toulouse no próximo ano.
Mathieu Perrot, Claudia Toni, François Legué, Valentine Chazot, Marco Antonio Zago, Valérie Brisset, Nadége Mézié, Raul Machado (foto: Daniel Antônio/Agência FAPESP)
As duas reuniões na FAPESP ocorreram paralelamente à 3ª Semana Franco-Uspiana, realizada entre 16 e 20 de setembro com o intuito de ressaltar a importância e a longevidade das cooperações entre universidades e instituições de pesquisa francesas e a Universidade de São Paulo (USP).
Além de uma programação intensa, com seminários, conferências especiais e mesas-redondas, o evento marcou o lançamento, no campus do Butantan, de um novo Laboratório Internacional de Pesquisa (IRL, na sigla em inglês) do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS) da França na área de ciências sociais e humanas. Denominado “Worlds in Transitions” (Mundos em Transição), o novo laboratório integra o Centro Internacional de Pesquisa (IRC, na sigla em inglês) do CNRS inaugurado na USP em março deste ano (leia mais em: agencia.fapesp.br/51245).
O objetivo deste IRC é promover, inicialmente por meio de sete grandes eixos temáticos, a colaboração entre o CNRS e a USP em pesquisa e na formação acadêmica de estudantes de graduação, pós-graduação, pós-doutorandos e jovens pesquisadores.
Além da unidade recém-inaugurada, foi lançado no início do ano, no campus de Ribeirão Preto, o Laboratório Internacional de Pesquisa sobre Imunologia.
“O CNRS tem diversos instrumentos de cooperação internacional, como programas e redes internacionais, laboratórios e centros de pesquisa. Em 2023, foi criado um dos International Research Centers [IRCs] na USP, sendo no total seis centros criados pelo CNRS no mundo. Essa iniciativa demonstra o interesse que o CNRS e a USP têm em intensificar a cooperação já existente, ampliando e aprofundando esses laços”, afirmou, em comunicado, a professora da Faculdade de Direito da USP Cláudia Perrone Moises, que dirige o IRL Mundos em Transição ao lado do diretor de pesquisa do CNRS, François-Michel Le Tourneau.
O CNRS já estabeleceu parcerias semelhantes com as universidades do Arizona e de Chicago (ambas nos Estados Unidos), além do Imperial College London (Reino Unido), da Universidade de Tóquio (Japão) e da Universidade de Sherbrooke (Canadá).
“O novo laboratório projeta-se para o futuro com uma dupla ambição. De um lado, deverá ser mais uma ponte entre a USP e o CNRS e, mais amplamente, entre os universos da pesquisa na França e no Brasil, facilitando contatos e mobilidades, podendo abrigar projetos de pesquisa emergentes ou de grande porte. A presença de pesquisadores permanentes do CNRS no laboratório é apenas um exemplo dessas possibilidades”, disse o CNRS em comunicado.
De acordo com Zago, a FAPESP apoiará projetos de pesquisa colaborativa entre cientistas vinculados à USP e ao CNRS, além de seminários, reuniões e outras atividades científicas, com volume de recursos semelhante ao aportado pelo CNRS. A contrapartida econômica da USP será na forma de salários de pesquisadores e de pessoal de apoio, infraestrutura e instalações do IRC.
“A iniciativa de apoio à instalação de centros internacionais de pesquisa no Estado de São Paulo faz parte de uma estratégia da Fundação, das universidades e de instituições de pesquisa do Estado de São Paulo para tornar a ciência paulista mais internacional”, explicou.
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