Extração e análises preliminares de sedimentos marinhos nos laboratórios da embarcação acontecem durante 24 horas ininterruptas na expedição científica Amaryllis, revela terceiro episódio da série jornalística (imagem: reprodução)
Extração e análises preliminares de sedimentos marinhos nos laboratórios da embarcação acontecem durante 24 horas ininterruptas na expedição científica Amaryllis, revela terceiro episódio da série jornalística
Extração e análises preliminares de sedimentos marinhos nos laboratórios da embarcação acontecem durante 24 horas ininterruptas na expedição científica Amaryllis, revela terceiro episódio da série jornalística
Extração e análises preliminares de sedimentos marinhos nos laboratórios da embarcação acontecem durante 24 horas ininterruptas na expedição científica Amaryllis, revela terceiro episódio da série jornalística (imagem: reprodução)
Elton Alisson, da foz do rio Amazonas* | Agência FAPESP – O trabalho de pesquisadores brasileiros e franceses a bordo do navio de pesquisa Marion Dufresne durante a expedição científica Amaryllis é incessante. As atividades de prospecção das estações de coleta, extração de sedimentos, análises preliminares nos laboratórios e armazenamento das amostras acontecem durante 24 horas ininterruptas. Isso se reflete em uma constante movimentação de equipamentos e de pessoas, dia e noite, pela embarcação, como mostra o terceiro episódio da série jornalística Diário de Bordo, publicado hoje (30/06) pela Agência FAPESP.
Para garantir o cumprimento do cronograma, os pesquisadores e demais participantes da expedição científica foram distribuídos, logo após o embarque em Paramaribo, no Suriname, em turnos de quatro horas de trabalho, intercalados com períodos de oito horas de descanso.
As amostras de sedimentos marinhos, manipuladas incansavelmente pelos pesquisadores, em um fluxo de trabalho que lembra o de uma linha de produção, são formadas por camadas sobrepostas de sedimentos não consolidados – ou seja, na forma de lama –, que ajudam a reconstituir o clima em diferentes períodos da história do planeta.
As camadas mais profundas estão associadas a períodos mais longínquos, quando os primeiros sedimentos começaram a ser depositados no fundo do oceano. Já as localizadas próximo ao topo, que foram se acomodando sobre as camadas inferiores, estão relacionadas a intervalos de tempo mais recentes.
Com auxílio de equipamentos disponíveis no navio Marion Dufresne é possível extrair esses testemunhos sedimentares do fundo do mar em colunas com essa conformação, com as camadas que registraram o clima mais recente no topo e as que testemunharam períodos mais distantes na base.
O trabalho começa com o lançamento no mar do MUC – sigla em inglês de multicorer. Com esse equipamento são extraídas amostras de sedimentos, coletadas por meio de quatro tubos cilíndricos de acrílico transparente ancorados em uma base de ferro que pesa 300 quilos.
Logo após chegar preso a um cabo de aço ao fundo do oceano, em condições que lembram o pouso de uma nave em solo lunar, o equipamento crava os tubos no assoalho marinho e coleta amostras de sedimentos com comprimento entre 30 e 50 centímetros.
Dependendo do tipo e da taxa de sedimentação das estações de onde serão coletadas durante a expedição os testemunhos de sedimentos com essa extensão permitirão reconstituir o clima nas regiões amostradas nos últimos 500 anos.
Nos próximos episódios da série Diário de Bordo serão mostrados dois outros equipamentos disponíveis no Marion Dufresne que, juntos com o MUC, formam a trindade dos principais instrumentos científicos usados durante a expedição científica Amaryllis.
A série completa ficará disponível em: agencia.fapesp.br/diario-de-bordo.
* O repórter viaja a convite do Centro Nacional de Pesquisa (CNRS) da França.
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