Evento reuniu estudantes de graduação e pós-graduação moçambicanos e de países como Brasil, Colômbia, Cuba e Portugal (foto: FNI/divulgação)

Seminário em Moçambique destaca pesquisas com aplicações práticas
04 de novembro de 2021
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Evento reuniu estudantes de graduação e pós-graduação moçambicanos e de países como Brasil, Colômbia, Cuba e Portugal

Seminário em Moçambique destaca pesquisas com aplicações práticas

Evento reuniu estudantes de graduação e pós-graduação moçambicanos e de países como Brasil, Colômbia, Cuba e Portugal

04 de novembro de 2021
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Evento reuniu estudantes de graduação e pós-graduação moçambicanos e de países como Brasil, Colômbia, Cuba e Portugal (foto: FNI/divulgação)

 

André Julião | Agência FAPESP – Desenvolvimento de estruturas de bambu que podem ser montadas rapidamente para servir como abrigo e mesmo enfermarias temporárias durante desastres ambientais; soluções para conservação de alimentos e aproveitamento de frutas locais e criação de sistemas para evitar o desperdício de água e energia.

Esses foram alguns dos estudos apresentados entre os dias 21 e 23 de outubro durante o 3º Seminário Internacional de Investigação Científica, realizado nos formatos virtual e presencial pelo Fundo Nacional de Investigação (FNI), órgão do Ministério de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Moçambique que mantém, desde 2019, um acordo de cooperação com a FAPESP.

Estudantes de graduação e pós-graduação moçambicanos apresentaram a maior parte dos trabalhos, mas Brasil, Colômbia, Cuba e Portugal foram outros países que tiveram projetos de pesquisa selecionados para apresentação. Dois bolsistas FAPESP apresentaram trabalhos na área de engenharia.

“As soluções apresentadas demonstram bem os problemas que Moçambique enfrenta e podem servir de inspiração para pesquisadores brasileiros. Os dois países têm muito em comum em termos de cultura, clima e organização da sociedade e muito do que serve para um pode ser útil para o outro”, diz Holmer Savastano Junior, professor do Departamento de Engenharia de Biossistemas da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo (FZEA-USP), em Pirassununga, membro da Coordenação de Área Engenharia I da FAPESP e integrante do comitê científico do seminário.

“O objetivo central do evento era divulgar as pesquisas feitas em Moçambique em várias áreas do conhecimento e aproximar os pesquisadores do país de outros grupos, de forma que possam colaborar e realizar intercâmbios”, explica Gherhardt Ribatski, professor da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC-USP), também da Coordenação de Área Engenharia I da FAPESP e membro do comitê científico do seminário.

Projetos

A iraniana radicada no Brasil Marzieh Kadivar realizou doutorado na FZEA-USP com bolsa da FAPESP e atualmente é apoiada pelo Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE).

Ela apresentou trabalho sobre o desenvolvimento de materiais de alto desempenho à base de bambu por meio de processo de densificação. Com o material, seria possível construir estruturas e painéis de forma barata e rápida para atender populações em situações críticas, como desastres naturais, por exemplo.

Realizando estágio de pós-doutorado na FZEA-USP, Adriano de Souza Azevedo mostrou resultados parciais de um projeto que visa desenvolver um tipo de cimento que incorpora fibras vegetais. Entre os moçambicanos, a produção de fermentado a partir da seiva dos frutos de palmeira foi apresentada por Eleuterio Mapsanganhe; o efeito da adição da fruta malambe (Adansonia digitata) na fortificação de biscoitos à base de trigo e amido de mandioca, de Osório Ernesto Mucocossalane, são alguns exemplos de trabalhos em engenharia de alimentos usando frutos moçambicanos.

O desenvolvimento de um software para o dimensionamento de diversos tipos de estação de tratamento de água, de Agnercio Maria Sambo, e de um sistema eletrônico de alerta de consumo excessivo do recurso, de Adriano Muvambo, foram alguns dos trabalhos do país africano visando ao melhor aproveitamento de água.

“Moçambique tem uma pós-graduação ainda embrionária, mas pesquisadores com grande capacidade que podem contribuir tanto no contexto africano quanto para a pesquisa brasileira. Esperamos com esse evento que a parceria científica entre os países se intensifique e dê frutos para ambos”, encerra Savastano.
 

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