Na cerimônia de abertura, Zago lembrou que a colaboração científica da França com São Paulo resultou, no período 2012 – 2022, em 14.340 artigos conjuntos. Integraram a mesa (da esquerda para a direita) Fernando Menezes, Yves Teyssier d’Orfeuil, Sophie Jacquel e Márcio de Castro Silva Filho(crédito: Daniel Antonio/Agência FAPESP)

Cooperação internacional
Workshop aproxima pesquisadores em saúde do Brasil e da França
25 de junho de 2024
EN ES

O Brasil é considerado “um dos 12 países provedores de ciência” pelo governo francês. O objetivo do evento foi criar oportunidades para iniciativas em colaboração

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O Brasil é considerado “um dos 12 países provedores de ciência” pelo governo francês. O objetivo do evento foi criar oportunidades para iniciativas em colaboração

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Na cerimônia de abertura, Zago lembrou que a colaboração científica da França com São Paulo resultou, no período 2012 – 2022, em 14.340 artigos conjuntos. Integraram a mesa (da esquerda para a direita) Fernando Menezes, Yves Teyssier d’Orfeuil, Sophie Jacquel e Márcio de Castro Silva Filho(crédito: Daniel Antonio/Agência FAPESP)

 

José Tadeu Arantes |Agência FAPESP – O Brazil-France Health Workshop, ocorrido nos dias 19 e 20 de junho na sede da FAPESP, teve como objetivo trocar informações sobre o estado atual da pesquisa em saúde na França e no Estado de São Paulo e explorar oportunidades de financiamentos de projetos de pesquisas conjuntas.

Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP, abriu o evento na companhia do cônsul-geral da França em São Paulo, Yves Teyssier d’Orfeuil; da conselheira para ciência e tecnologia da Embaixada da França em Brasília, Sophie Jacquel; e dos diretores científico e administrativo da FAPESP, Marcio de Castro Silva Filho e Fernando Menezes.

Zago lembrou que a colaboração científica da França com o Estado de São Paulo é “muito antiga e estável”, tendo resultado, no período de 2012 a 2022, em 14.340 artigos conjuntos. Um indicador do êxito dessa colaboração foi, como mostrou o presidente, o impacto do material publicado. Enquanto a totalidade dos artigos científicos produzidos no Estado de São Paulo apresentou, no biênio 2020-2022, um impacto normalizado de 0,94, e os artigos produzidos em colaboração internacional tiveram, no mesmo período, impacto de 1,31, os artigos produzidos em conjunto com a França alcançaram impacto de 2,86: significativamente maior, inclusive, do que o dos artigos publicados isoladamente pela França, de 1,45.

“Quando olhamos especificamente para a colaboração em pesquisa médica, vemos que, a partir de 2010, passamos a publicar conjuntamente mais de 200 artigos por ano”, afirmou Zago. Entre 2018 e 2024, foram 3.695 documentos, com impacto de 5,71. Quando a colaboração envolveu também empresas, o impacto subiu para 13,34. E, quando embasou documentos de políticas públicas, 20,42. Nesse período, a principal instituição produtora foi a Universidade de São Paulo (USP), e a principal instituição financiadora foi a FAPESP. “Temos, então, uma base sólida para fortalecer nossa cooperação científica”, disse.

Duas realizações recentes, especialmente importantes para fortalecer a cooperação, foram citadas pelo cônsul-geral da França em São Paulo: a criação do Institut Pasteur de São Paulo (IPSP) e do Centro Internacional de Pesquisa “Worlds in Transitions” (IRC), que foi patrocinado pelo Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS), da França, a Universidade de São Paulo (USP), a USP e a FAPESP.

“O Estado de São Paulo tem um incrível ecossistema de universidades, organizações de pesquisa e laboratórios de ponta. No campo da pesquisa médica, a França ocupa posição de vanguarda. Suas organizações e fundações dedicadas à pesquisa médica são conhecidas pela excelência: CNRS, Institut Pasteur, Institut Curie, Gustave Roussy, hospitais universitários etc. Em São Paulo, a pesquisa médica está também muito avançada, nas faculdades de medicina das universidades estaduais, nos vários centros de pesquisa, como o Centro de Terapia Celular, o Hemocentro com uma ala do Institut Curie, que visitamos nesta semana, e o Instituto Butantan. Então, existe um grande potencial para cooperação entre a França e o Brasil, e mais especificamente entre a França e o Estado de São Paulo”, afirmou D’Orfeuil.

Sophie Jacquel disse que o Brasil foi considerado “um dos 12 países provedores de ciência” pelo Ministério de Ensino Superior, Pesquisa e Inovação (Mesri) da França. E apresentou um levantamento das muitas instituições culturais francesas atuantes no Brasil. “A visita do presidente Emmanuel Macron e seu encontro com o presidente Lula deu origem a um novo roteiro estratégico França-Brasil. Nesse roteiro, há um forte foco em saúde e especialmente na abordagem global One Health (Uma Saúde)”, falou.

A conselheira contou que a Embaixada da França em Brasília mantém uma vasta rede de serviços de cooperação, com quatro “antenas”: São Paulo, Rio, Recife e Belo Horizonte. Que os temas prioritários são: saúde, desenvolvimento sustentável, mudança climática e biodiversidade, ciência da computação, ciências sociais e humanidades. E que, especificamente no campo da saúde, o Brasil é considerado um “parceiro estratégico”, tanto por sua proficiência em doenças infecciosas emergentes, graças à pesquisa de vanguarda realizada na Fiocruz, no Butantan e no Instituto Evandro Chagas, quanto pelo fato de estar enfrentando problemas parecidos com os da França, com o envelhecimento da população e o aumento de doenças crônicas não transmissíveis. “A forte implantação de instituições francesas no Brasil, como Cirad, IRD, CNRS e, agora, o Institut Pasteur São Paulo, bem como o desenvolvimento de uma plataforma Pasteur em Fortaleza, em parceria com a Fiocruz, cria uma base firme para a cooperação”, afirmou.

O workshop comportou uma exposição do trabalho desenvolvido no Brasil pelo CNRS, em parceria com a USP, e apresentações, bastante especializadas, de pesquisas realizadas nas áreas de imunologia, oncologia, doenças infecciosas, neurociências. Na palestra de encerramento, a professora Connie McManus, gerente de Colaborações em Pesquisa da Diretoria Científica da FAPESP, falou das oportunidades de financiamento para parcerias entre pesquisadores da França e do Estado de São Paulo.

O “Brazil-France Health Workshop” pode ser assistido na íntegra em quatro vídeos disponíveis no canal da Agência FAPESP no YouTube

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