Solução desenvolvida por startup paulista combina ação fungicida com o retardo no amadurecimento. Pesquisadores participaram da 17ª turma do Treinamento PIPE de Empreendedorismo de Alta Tecnologia (foto: Wikimedia Commons)
Solução desenvolvida por startup paulista combina ação fungicida com o retardo no amadurecimento. Pesquisadores participaram da 17ª turma do Treinamento PIPE de Empreendedorismo de Alta Tecnologia
Solução desenvolvida por startup paulista combina ação fungicida com o retardo no amadurecimento. Pesquisadores participaram da 17ª turma do Treinamento PIPE de Empreendedorismo de Alta Tecnologia
Solução desenvolvida por startup paulista combina ação fungicida com o retardo no amadurecimento. Pesquisadores participaram da 17ª turma do Treinamento PIPE de Empreendedorismo de Alta Tecnologia (foto: Wikimedia Commons)
Elton Alisson | Agência FAPESP – Uma startup situada em Araraquara, no interior paulista, está desenvolvendo nanopartículas que prometem aumentar a validade de frutos e flores.
O produto está sendo elaborado por meio de um projeto apoiado pelo programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE).
“Já existem no mercado produtos que retardam o amadurecimento de frutos por meio de inibidores de etileno [responsável pela maturação das frutas] ou são fungicidas. A solução que estamos desenvolvendo combina a ação antifúngica com a do etileno, reduzindo custos e etapas no processo de beneficiamento de frutos. Além disso, trata-se de uma nanotecnologia sustentável e biodegradável”, diz Ana Carolina Nazaré, uma das fundadoras da N&P Smart e coordenadora do projeto.
“As nanopartículas são à base de um polímero natural biodegradável extraído da carapaça de crustáceos, como camarão, lagosta e caranguejo, que confere maior proteção contra microrganismos como fungos, conjugada com produtos naturais.”
A solução começou a ser desenvolvida a partir de uma demanda de um exportador brasileiro de limão Tahiti (Citrus latifolia Tanaka), que relatou aos pesquisadores fundadores da empresa os prejuízos que tem com a deterioração de parte do carregamento do produto durante o transporte por navio para a Europa.
“A conversa com esse citricultor nos deu várias ideias. Com base nisso, elaboramos um primeiro modelo de negócio voltado a aplicar as nanopartículas para promover o aumento do shelf life [vida útil] de limões”, afirma Nazaré.
Ao participar da última edição do Treinamento PIPE em Empreendedorismo de Alta Tecnologia, cujo encerramento da 17ª turma aconteceu em maio, os pesquisadores identificaram por meio de entrevistas com citricultores o potencial de aplicação do produto em outros citros, frutas e no segmento de flores ornamentais.
“Identificamos por meio das entrevistas com os produtores de flores, por exemplo, que eles também enfrentam problemas com a infestação de fungos durante a conservação de flores já cortadas em câmaras frias”, relata Nazaré.
Os pesquisadores pretendem desenvolver um produto específico para esse segmento e fazer novos experimentos para avaliar o aumento da conservação de frutos proporcionado pela solução que estão elaborando em comparação com as existentes no mercado.
“Nessa primeira fase do projeto vamos manter o foco da aplicação do produto em limão, com o qual já obtivemos resultados promissores. Mas vamos olhar também para novas oportunidades de mercado, iniciando pelo segmento de flores, cuja legislação para aplicação de soluções para conservação é mais branda em relação à de frutos”, compara Nazaré.
Vitrine para investimento
O casamento do produto com o mercado – o chamado product market fit no jargão do empreendedorismo – é um dos principais objetivos do curso oferecido pelo PIPE-FAPESP desde 2016.
Foram treinados ao longo dos cinco anos de existência do curso representantes de mais de 350 startups apoiadas pelo PIPE-FAPESP, em diversas áreas de atuação e com alto potencial de crescimento.
A última edição reuniu pesquisadores fundadores de startups nos segmentos de agritech, novos materiais e processos, tecnologia da informação (TI), data science, edtech, healthtech, foodtech, biotech e beautytech.
“O programa é chamado de treinamento ou capacitação, mas é muito mais do que isso, porque permite que pesquisadores com projetos apoiados pelo PIPE-FAPESP, nas fases 1 e 2, tenham contato e possam estabelecer um relacionamento muito forte com o mercado”, diz Marcelo Nakagawa, membro da Coordenação da Área de Pesquisa para Inovação da FAPESP e um dos coordenadores do programa.
Os participantes são estimulados durante o treinamento a entrevistar cem potenciais clientes, parceiros e usuários da tecnologia que estão desenvolvendo para evoluir seus modelos de negócios.
“O grande objetivo do PIPE Empreendedor é possibilitar que as tecnologias desenvolvidas por meio dos projetos apoiados pelo programa PIPE-FAPESP cheguem ao mercado e se desenvolvam de forma sustentável”, diz Marcelo Caldeira Pedroso, membro da Coordenação da Área de Pesquisa para Inovação da FAPESP e um dos coordenadores do programa.
Além de participantes do treinamento, a audiência da sessão de encerramento da última turma contou com a participação de interessados em empreender e submeter projetos ao PIPE-FAPESP, além de representantes de empresas em busca de parcerias e potenciais investidores.
“O Brasil está vivendo um momento muito bom do ponto de vista de investimento em startups. Em 2020 foi registrado o recorde de captação de recursos e este ano os investimentos continuam bastante acelerados. E há muitos investidores olhando essas oportunidades de negócios [derivados de projetos apoiados pelo PIPE]”, avalia Nakagawa.
O evento pode ser acessado na íntegra em https://fapesp.br/14903.
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