Ex-ministro de Relações Exteriores e ex-presidente da FAPESP inaugurou a série Conferências FAPESP 60 anos; evento on-line contou com a presença da secretária de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen (foto: Léo Ramos Chaves/Pesquisa FAPESP)
Ex-ministro de Relações Exteriores e ex-presidente da FAPESP inaugurou a série Conferências FAPESP 60 anos; evento on-line contou com a presença da secretária de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen
Ex-ministro de Relações Exteriores e ex-presidente da FAPESP inaugurou a série Conferências FAPESP 60 anos; evento on-line contou com a presença da secretária de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen
Ex-ministro de Relações Exteriores e ex-presidente da FAPESP inaugurou a série Conferências FAPESP 60 anos; evento on-line contou com a presença da secretária de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen (foto: Léo Ramos Chaves/Pesquisa FAPESP)
Agência FAPESP – A FAPESP inaugurou ontem (23/06) a série Conferências FAPESP 60 anos, com o tema “Ciência e Diplomacia”, apresentado pelo professor Celso Lafer, ex-ministro de Relações Exteriores e ex-presidente da Fundação.
“Ciência e conhecimento se converteram numa fonte material de grande magnitude nas relações internacionais”, afirmou Lafer. Novos conceitos, como preservação, precaução ou mitigação, que hoje orientam pautas multilaterais estratégicas, exigem conhecimento científico e tecnológico. “Não são fruto de improvisação”, sublinhou.
A relação entre ciência e diplomacia ficou ainda mais evidente na pandemia de COVID-19, que colocou em risco a população e a economia de todo o planeta e que, por sua imprevisibilidade, expôs a insuficiência dos mecanismos internacionais.
De acordo com Lafer, a busca de solução para a crise sanitária e econômica colocou em primeiro plano a ciência à luz do atual estágio de desenvolvimento das pesquisas. “É nesse campo que se colocam as vacinas e sua distribuição equitativa, o acesso a insumos para a sua fabricação, as informações sobre protocolos de segurança sanitária e o papel do multilateralismo e da Organização Mundial de Saúde”, exemplificou, apontando as múltiplas vertentes da diplomacia da vacina.
A ciência e a diplomacia deverão seguir juntas nos entendimentos multilaterais do pós-pandemia. “No Brasil, atingimos 500 mil mortos e há o problema da disrupção dos serviços de saúde. O mundo todo experiencia a maior contração econômica desde a depressão e o aumento da desigualdade, além do problema dos refugiados”, afirmou Lafer. A Organização das Nações Unidas (ONU), acrescentou, estima que o custo financeiro da pandemia poderá chegar a U$ 8 trilhões. “O custo do investimento para a resposta aos desafios da pandemia, incluindo a preparação para a próxima, será inferior aos custos que já incorreram na propagação.”
Nessa lida, a ciência teve e seguirá tendo uma contribuição de peso, tanto no que se refere à “ciência em prol da diplomacia” – por meio do compartilhamento de pesquisas e da constituição de um conhecimento transfronteiras, por exemplo – como no tocante à “diplomacia da ciência” – por meio da constituição de redes de pesquisa e da cooperação internacional.
Nessa perspectiva – da ciência em prol da diplomacia e da diplomacia da ciência –, Lafer destacou a contribuição da FAPESP, citando iniciativas como a FAPESP Week – seminários internacionais que reúnem pesquisadores brasileiros e do país anfitrião, iniciados em sua gestão à frente da Fundação – e os programas BIOTA, BIOEN e Mudanças Climáticas.
O vídeo com a íntegra da 1ª Conferência FAPESP 60 anos está disponível no canal da Agência FAPESP no YouTube.
Investimentos em C&T
Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP, abriu a 1ª Conferência FAPESP 60 anos explicando a escolha de um tema que ganhou relevância quando, na última década, a ciência passou a pautar as agendas da sustentabilidade, mudanças climáticas e, mais recentemente, também uma saída para a pandemia.
“O Brasil está no centro de controvérsias ligadas a esses temas, com reflexos na nossa imagem internacional. Estamos sentindo o peso dos conflitos políticos em nossos esforços de enfrentamento da COVID-19, com a aquisição de vacinas e ventiladores, entre outros bens de valor global”, afirmou Zago.
A secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, Patrícia Ellen, encerrou a conferência. “A pandemia mostrou o verdadeiro valor da ciência e a importância do investimento em ciência e tecnologia. E esse momento mostra ainda mais o valor da FAPESP”, disse.
Ellen mencionou a contribuição da Fundação para o desenvolvimento das vacinas no Instituto Butantan e os investimentos recentes em pesquisa aplicada. “A FAPESP induziu mudanças dessa realidade em coinvestimento”, disse a secretária, citando o exemplo dos Centros de Pesquisa em Engenharia (CPEs).
Zago anunciou os temas da 2ª e 3ª Conferências FAPESP 60 anos: em 21 de julho, sobre ciências ambientais e biodiversidade, e em 18 de agosto, sobre sociedades violentas.
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